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Campanhas salariais unificadas em defesa das empresas públicas e contra a retirada de direitos dos trabalhadores

Escrito po: Márcio Kieller, secretário-geral da CUT Paraná

29/08/2016

Diversas categorias de organização nacional têm suas campanhas salariais agora no segundo semestre, dentre elas Petroleiros, Bancários e Trabalhadores dos Correios.

Diversas categorias de organização nacional têm suas campanhas salariais agora no segundo semestre, dentre elas Petroleiros, Bancários e Trabalhadores dos Correios.

A Central Única dos Trabalhadores do Paraná preocupada com o atual cenário político e econômico, esta capitaneando uma iniciativa para que as categorias tenham em suas campanhas atividades conjuntas no sentido de denunciar o golpe institucional e parlamentar em curso no Brasil, principalmente por que por trás desse golpe esta o verdadeiro objetivo que é a retirada de direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores e o desmonte das nossas empresas públicas. 

Todas as campanhas nacionais do segundo semestre terão enormes dificuldades e somente serão vitoriosas se forem muito bem organizadas, conseguindo passar para suas bases o que esta em jogo, além das questões socioeconômicas e dos avanços buscados para essas categorias. 

Vejamos o cenário desenhado para essas três categorias nacionais que é de enormes problemas em um momento político de ofensiva do capital e dos setores mais reacionários da sociedade que representam esse capital urbano e o latifúndio rural. 

Os Petroleiros vivem um período de turbulência por que há uma ofensiva de interesses internacionais para cima da Petrobras. Pois todos sabem que a Petrobras não esta quebrada, como quer a mídia tradicional. Pois é uma das maiores empresas do mundo. E também a maior vitima do mercado financeiro. E sofre com a alta do dólar, pois seus negócios todos são feitos na referencia internacional da moeda americana. Mas em termos de produção nunca o Brasil produziu tanto petróleo, seja nas plataformas maduras como chamam as plataformas que já existiam e operam há algum tempo, sejam no Pré-sal onde a retirada de petróleo já ultrapassa a marca de 1.000.000 de barris por dia. 

Mas o discurso daqueles que desdenham, pois querem comprar. É o discurso que a empresa esta quebrada, que é preciso privatizar setores da Petrobrás para poder salvá-la, grande besteira privatista. Em função da Operação Lava Jato a empresa teve que paralisar muitas das obras que estava desenvolvendo. E essas paralisações já chegam a atingir os empregos de milhares de trabalhadores pelo fato de a justiça ter paralisado as obras. Mas a verdade é totalmente o oposto disso. A que pese os desmandos de corruptos que são mantidos politicamente há décadas em posições chaves da Petrobrás, ao contrário do que pensam não é obra do Partido dos Trabalhadores, pois mantê-los nessas posições foi exigência política dos partidos aliados nas eleições, que constantemente ameaçavam obstruir votações importantes no Congresso Nacional, enquanto não conseguiam essas nomeações. 

Mas esse tipo de noticia não merece à atenção dos meios de comunicação que estão a serviço daqueles que querem desestruturar a economia brasileira em nome do pagamento de juros da dívida pública e da concentração de renda e de nossas principais empresas nas mãos do capital internacional e dos mais ricos. 

Os trabalhadores no Correios também estão enfrentando uma campanha salarial que para além das questões socioeconômicas, por que tem por trás a ameaça de privatização e do desmonte desta que é uma das mais importantes empresas públicas brasileira. Questões graves que ameaçam o fundo de pensão das trabalhadoras e trabalhadores o Postalis. Dificuldades de negociação entre a direção da Empresa e a categoria; necessidade de contratação de empregados, o que não acontece pelo fato de concursos públicos estarem congelados. Além dos diversos projetos de lei que tramitam no Congresso que podem trazer enormes retrocessos para a categoria de trabalhadores dos correios. Assim como para todo o conjunto de servidores públicos brasileiro em todas as esferas de atuação, municipal, estadual e federal. 

E os bancários que construíram uma tradição de conquistas nos últimos períodos, pois desde o ano de 2003 que registram índices de aumento acima da inflação, com valorização de mais de 20% de seus salários nesse período. Isso tudo fruto de sua organização interna e da consolidação das campanhas salariais unificadas que acontecem há 24 anos. Mas nada disso veio de jeito fácil e sem lutas. Para nenhuma das categorias. Pois mesmo nos governos democráticos e populares, não se tem noticia de que em algum ano os bancários não fizeram greve, ou de que não existiram greves e mobilizações contra a privatização dos Correios e da Petrobrás e de defesa dos bancos públicos. 

Isso por que no norte da organização da campanha bancária são também colocadas questões da economia, por exemplo, há vários anos o movimento sindical bancário propõe a realização de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro que discuta um sistema financeiro socialmente responsável e que não tenha como fim o constante enriquecimento dos poucos banqueiros que atuam no sistema. Que trate temas como o combate às altas taxas de juros, a cobrança de tarifas e de taxas exorbitantes cobradas dos clientes e usuários de bancos, o assédio moral e alta concentração de financeira e a devida valorização das trabalhadoras e trabalhadores bancários.
Outra questão que sempre esteve no cenário do movimento sindical bancário e que muito nos preocupa que é questão da constante ameaça aos bancos públicos, do banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, dos bancos estaduais e regionais que ainda existem, de privatizações e desmontes. Por isso a defesa dos bancos públicos sempre se configurou como questão de honra, muito importante para a categoria bancária, por que entendem que os bancos como um todo, mas especialmente os bancos públicos tem que ter função social com papel de agência de desenvolvimento nacional e regional de fomento da agricultura e da indústria. Mas não somente do agronegócio e da grande indústria, mas também da agricultura familiar, das indústrias de pequeno e médio porte. Somente assim, é que esses bancos estarão desenvolvendo seu papel social e estariam ajudando a disciplinar o sistema financeiro, com a aplicação de taxas de juros e do crédito mais acessível a todas as brasileiras e brasileiros em todos os cantos desse nosso imenso Brasil. 

Neste sentido de preservação de nossas empresas estatais e na compreensão que serão enormes nossas dificuldades é que tomamos a iniciativa de construir para as campanhas salariais nacionais desse segundo semestre unidade em torno de questões que nos unificam, como a garantia de nossos direitos historicamente conquistados, a luta por avanços e a não permissão de retrocessos e a retirada de direitos. A principal intenção campanha unificada das três categorias salariais unificadas é que possamos levar o debate da defesa das empresas estatais para a toda a população, que é quem de fato se beneficia de empresas públicas fortes e com papel social. 

Assim as trabalhadoras e trabalhares da Petrobrás, dos Correios e dos bancos, em especial dos bancos públicos terão uma tarefa fundamental em termos de solidariedade e do compromisso com o que é público, para além das questões internas das campanhas de suas categorias, pois, como se diz na campanha em defesa das empresas públicas: “Se é público, é de todos!”.

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