Escola Sul reúne formadores e trabalhadores de app em atividade do projeto CUT–DGB
Cursistas do FFC dialogaram com trabalhadores informais sobre organização, direitos e novas estruturas de trabalho, em atividade vinculada ao projeto de Formação de formadores em cooperação CUT–DGB
Publicado: 03 Dezembro, 2025 - 19h36 | Última modificação: 10 Dezembro, 2025 - 19h44
Escrito por: Escola Sul da CUT
A Escola Sindical Sul e a Secretaria Nacional de Formação da CUT realizaram uma atividade formativa com trabalhadores e trabalhadoras da economia informal, aprofundando o debate sobre as novas formas de trabalho e os desafios para a organização sindical.
O encontro fez parte do Projeto de Formação de Formadores e Formadoras “Educação, Organização e Ação para as Novas Estruturas de Trabalho no Brasil”, desenvolvido em cooperação entre a CUT e a DGB BW, central sindical alemã, no período de 2024 a 2026.
Inserida no processo da Formação de Formadores Continuada (FFC) da região Sul, a atividade reforçou o compromisso da Escola Sul em atualizar a formação sindical diante da expansão da informalidade e do trabalho plataformizado.
Aproximação entre FFC e trabalhadores da economia informal teve três objetivos centrais: realizar aproximação entre as cursistas e os cursistas da FFC e os trabalhadores e trabalhadoras da economia informal; conhecer as demandas, as estratégias organizativas e de formação construídas por esses trabalhadores e indicar possibilidades de ações conjuntas entre os trabalhadores informais e os sindicatos das e dos cursistas da FFC, no âmbito do Projeto de Cooperação CUT/DGB.
Para isso, foram convidados o representante da UNICAB, Juliano Carriconde Fripp, trazendo a experiência de organização de trabalhadores de aplicativo, Ciça E. Rickli, da Comissão organizadora da Feira Canto da Ilha e do Coletivo Gira Floripa, formado por mulheres empreendedoras na economia criativa e solidária, e Leonardo Rodrigues Limeira, que apresentou a experiência dos entregadores plataformizados de Porto Alegre.
Os relatos mostraram as diferentes formas de inserção na economia informal, os mecanismos de exploração presentes nas plataformas digitais e as iniciativas de auto-organização construídas pelos próprios trabalhadores.
O encontro contou com ampla participação das cursistas e dos cursistas da FFC da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – e foi realizado dentro da programação do Coletivo Sul de Formação, o que reforçou a estratégia articulada de formação na região.
Ao trazer as experiências dos trabalhadores de app e da economia informal para o centro do debate, a atividade possibilitou o fortalecimento do programa de Formação de Formadores Continuada (FFC) como parte da estratégia política e pedagógica da Escola Sul. Também ajudou a aproximar o olhar dos formadores e formadoras da realidade concreta da classe trabalhadora que hoje está fora da proteção dos contratos formais e contribuiu para que os sindicatos pensassem novas formas de representação e organização, para além dos trabalhadores e trabalhadoras com carteira assinada.
Na avaliação final, foi consenso que os objetivos da atividade foram alcançados. As cursistas e os cursistas do FFC puderam conhecer uma outra realidade da classe trabalhadora, marcada pela informalidade, pela plataformização e pela ausência de direitos, além de dialogar diretamente com experiências concretas de organização coletiva na economia informal e refletir sobre possibilidades de trabalho conjunto entre sindicatos e esses segmentos.
Diante dos altos índices de informalidade no Brasil e das profundas transformações no mundo do trabalho, o encontro reforçou a necessidade de a CUT e seus sindicatos ampliarem sua representação e sua atuação junto a todos e todas que vivem do trabalho, independentemente do tipo de vínculo.
Como tarefa para o próximo período, ficou o compromisso de pensar e formular ações conjuntas entre sindicatos e trabalhadores informais e de aplicativo, mantendo o Projeto de Cooperação CUT/DGB BW como um espaço estratégico de experimentação de novas formas de educação, organização e ação frente às novas estruturas de trabalho no país.


