Os trabalhadores na empresa Duraferro/Bardella estão em greve desde quarta-feira, dia 14. Na manhã desse dia os funcionários entraram na fábrica, mas decidiram não trabalhar.  

Cobraram a direção da empresa sobre os salários atrasados, mas sem uma resposta o Sindicato dos Metalúrgicos foi acionado e organizou uma assembleia, onde foi confirmado o início das paralisações. No mesmo dia os trabalhadores compareceram em peso para uma reunião na sede do Sindicato no período da tarde. Nessa oportunidade foram escolhidos representantes de cada setor que compõem a Comissão de Comando da Greve. 

Na sexta-feira (15) ocorreu uma manifestação de protesto no portão de entrada e nenhum trabalhador entrou na empresa. Todas as atividades estão paralisadas por tempo indeterminado. Nova assembleia foi marcada para a manhã desta segunda-feira (18). 

Esse problema se arrasta há meses. Atualmente os funcionários estão com dois meses de vencimentos atrasados.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Araras, Luiz Carlos Proni comentou o caso. “É uma situação difícil que estamos acompanhando de perto. Muitos trabalhadores estão com pendências de aluguel, contas e até com dificuldade para suas necessidades básicas de alimentação por causa desse atraso”, afirmou.

O presidente também destacou que a solução depende da empresa mas que “o Sindicato tem dado todo o suporte e também pede a solidariedade de toda a cidade”, disse Proni.  “Todas as tentativas de negociação foram frustadas e os trabalhadores decidiram que não havia mais condições de permanecer em atividade”, explica. 

Indisponibilidade de bens 

Sem uma perspectiva de rápida solução o Sindicato ingressou com ações judiciais contra a empresa Duraferro. As medidas jurídicas visam exigir o cumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho que estabelece os prazos para pagamento dos salários e adiantamento (vale) com a aplicação de multa, juros e correção monetária. Além disso, o Sindicato também cobra o recolhimento do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) que também não está sendo realizado há meses.

Em uma dessas ações o Sindicato requisitou o bloqueio dos bens da empresa Duraferro. A Justiça do Trabalho determinou a indisponibilidade do imóvel (terreno e prédio) em que a empresa está instalada na Estrada Municipal Fábio da Silva Prado. “Existe franca possibilidade de que a empresa venha a se tornar insolvente, inviabilizando o pagamento das verbas de natureza alimentar devidas aos trabalhadores, impondo-se o deferimento da tutela de urgência formulada em exordial, pelo que declaro, com base no artigo 185-A do CTN, a indisponibilidade do imóvel”, decidiu o Juiz do Trabalho de Araras, Luis Rodrigo Fernandes Braga. 

Duraferro/Bardella

Conforme informações da página das empresas na internet a Duraferro foi fundada em Araras no ano de 1985 atuando no setor de pontes rolantes e laminação siderúrgica. No ano de 2009 a Duraferro foi adquirida e passou a ser administrada pela Bardella S.A. Indústrias Mecânicas. A controladora Bardella foi fundada em 1911 e atua no fornecimento de equipamentos para os setores de industriais de Metalurgia, Energia, Petróleo, Gás, Movimentação de Materiais, Aços Trefilados e Aços Laminados.  Em Araras a Duraferro/Bardella atualmente conta com cerca de 200 funcionários.  

O Sindicato apurou que outras empresas do grupo Bardella em outras cidades também estão com salários atrasados. O grupo Bardella está presente com unidades também em Sorocaba, Guarulhos e Porto Velho (RO).