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Esperança de Paulo Freire nos chama para a luta

09/12/2016

Idealizador da Pedagogia do Oprimido, Freire é inspiração para a formação sindical da CUT e tem servido como alento para resistência

Escrito por: Walber Pinto, de Florianópolis

Em tempos de ataque frontal à educação pública, o seminário "Educação e o Mundo do Trabalho", realizado nesta quarta-feira (7), em Florianópolis, evocou os princípios de Paulo Freire para não perder a esperança e o ‘fogo’ da luta.

Idealizador da “Pedagogia do Oprimido” e o mais célebre educador brasileiro, Freire foi homenageado durante a abertura do evento com uma apresentação cultural política e poética e com uma praça onde será o espaço de debate.

O seminário, promovido pela Secretaria Nacional de Formação da CUT, acontece entre os dias 7 e 8 de dezembro, em Floripa. O encontro também celebra os 20 anos de educação integral da Central e daqui sairá a “Carta de Florianópolis” construída coletivamente com o posicionamento da CUT em defesa da Educação.

Para Rosane Bertotti, secretária nacional de Formação, o seminário faz parte de uma construção coletiva para reforçar a necessidade do diálogo afim de construir a esperança. “Aqui faremos um debate da educação popular, que também é fundamental e precisamos olhar para este ensino e construir de forma coletiva. Façamos desse encontro um espaço de formação, um ato pedagógico, como diz Paulo Freire”, disse Bertotti.

A dirigente explicou a importância do seminário para lutar contra as medidas do governo Temer à educação pública. “Devemos olhar para a história e dizer que não aceitamos uma escola onde não tem espaço para negros e negras e onde não discute a orientação sexual. Não queremos uma escola sem partido e nem a reforma do ensino”, reiterou.

A reflexão de Bertotti também foi compartilha pela presidente da Confederação dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal (CONFETAM), Vilani de Sousa.

“O cenário nos faz refletir para entender Paulo Freire. Nós já vimos esse filme contra a educação em tempos de golpe. Esse ataque vai à escola com a perspectiva de amordaçar alunos e professores. É necessário transformar esse espaço de luta num espaço de encantamento para ocupar as ruas, as praças”, alertou.

De acordo com Marta Vanelli, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), a PEC 55, a reforma do ensino e a escola sem partido é uma ofensiva aos profissionais da educação. “A PEC na educação pública é um ataque jamais visto e essa medida provisória do governo, é um engano à sociedade”.

 “As medidas são para privatizar a educação e é uma realidade que já existe. Para que os trabalhadores possam entender seu papel na história, a nossa formação tem que seguir o exemplo que Paulo Freire nos ensina”, realçou representante da Confederação Nacional dos Transportes em Estabelecimentos de Ensino (CONTEE), Gisele Vargas.

A Escola de Turismo e Hotelaria e Formação Sindical da CUT tem servido como um espaço de construção e resistência dos trabalhadores nos últimos anos.

A prioridade é investir cada vez mais na formação dos dirigentes, lembrou Sérgio Nobre, Secretário–Geral da CUT. “Nossa grande prioridade é investir na formação porque dá retorno, é o espelho da central. Vamos investir cada vez mais na formação e na comunicação que são ferramentas estratégicas para derrotar o golpe”, finaliza o dirigente.

Retomar a esperança

Na segunda parte da atividade, o professor e fundador do Instituto Paulo Freire, José Eustáquio, abordou os desafios para retomar a esperança e alertou para outros golpes contra a educação.

“Vários golpes silenciosos estão sendo organizados contra a educação e a imprensa não dá um alinha. Isso que está sendo mostrando aqui é a ponta do iceberg que Paulo Freire já mostrava. O grande golpe que está sendo armado ainda não foi dado, está no horizonte da burguesia brasileira e das classes dominantes”.

O professor explica que o pensamento de Freire não entrou para a educação porque é uma ameaça aos ‘intelectuais orgânicos da burguesia’. “São as elites mais perversas que temos no mundo. Quem está dividindo o país em duas classes são eles, quem fez e quem faz essa divisão violenta são eles”, sinalizou.

A mediação foi feita pelo secretário nacional de Comunicação, Roni Barbosa e Maria Faria, secretária-adjunta da Geral. A atividade segue até quinta-feira, 08.

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